segunda-feira, 12 de maio de 2014

Prisoner - I Found You - 31°cap.


       POV Tori
  No outro dia acordei com a pior de todas as ressacas. A luz da lampada esta me dando dor de cabeça. Mas eu não lembro de nada que rolou ontem. Não lembro nem como foi que eu cheguei no meu quarto ontem. Ai eu ouvi meu celular tocar, e fui achar ele no chão embaixo da cama. Tem umas quinze chamadas perdidas. Dez, por incrível que pareça, são da minha mãe e as outras cinco são do Jay. Ai eu liguei pra minha mãe primeiro claro. Se ela me ligou dez vezes deve ter um motivo muito especial. Ou trágica. Mas não quero pensar nisso. Eu liguei pra minha mãe. No terceiro toque ela atendeu e parece que esta cansada, esgotada.
  - Bom dia mãe. - falei
  - Eu estou tentando falar com você desde três da manhã Tori. Onde estava? - ela perguntou meio triste.
  - Eu estava dormindo mãe, mas o que aconteceu?
  - Na madrugada de hoje seu pai sentiu fortes dores no peito... eu o levei pro hospital e ele ficou horas desacordado e quando acordou fez vários exames...- ela começou e meu coração começou a palpitar.
  - Como ele esta mãe? Ele esta muito mal? Eu vou ir pra Londres hoje! - eu falei
  - Ele teve um infarto. - minha mãe disse e eu gelei sabe - Ele esta internado e vai ficar no hospital por uns dias. Eu só liguei pra te avisar filha. - ela falou
  - Mãe, eu vou pra Londres hoje, no primeiro voo que eu achar eu vou. - eu falei levantando e indo pro closet.
  - mas filha, tem sua faculdade.
  - Mãe, é do meu pai que estamos falando. Eu vou! - falei - Tchau, até mais mãe... te amo tá? - falei
  - Também te amo filha. - ai eu desliguei e peguei uma mala. Então o Jay me ligou.
  - Oi Jay - falei abrindo a mala, peguei algumas roupas, só algumas, deve ter outras na casa de Londres.
  - Nossa, to tentando te ligar faz tempo. Bom dia. - ele falou e eu fechei minha mala e fui pro quarto do Arthur.
  - Jay, eu to ocupada agora. - falei
  - O que esta fazendo?
  - Vou pra Londres no primeiro voo.
  - Por que? - ele perguntou preocupado
  - Meu pai esta doente Jay! - falei e o Arthur acordou meio assustado.
   - Como assim? O que ele tem? - o Jay esta sendo fofo mas eu estou estressada
   - Jay! Depois eu te conto todos os detalhes o.k.? - falei meio brava
   - Se você precisar de mim para qualquer coisa me liga. - eu precisava de você aqui comigo.
  - Ta. - eu falei e desliguei, fui grossa mas to preocupada. Eu arrumei algumas coisas das crianças e as acordei. Depois de vesti-las eu liguei aeroporto pra ver qual era o voo que ia sair mais cedo. Ela falou que vai sair daqui trinta minutos. Eu me troquei rápido e peguei um táxi, claro, fui pro aeroporto, comprei tres passagens e fomos pro portão de embarque.
  Depois de um tempo o Arthur virou pra mim e me perguntou pra onde estávamos indo.
  - Pra Londres. Vamos para casa da vovó. - eu falei passando a mão no cabelo dele.
  - Ah ta- ele falou todo fofo e eu imaginei o Jay ali.
  Quando chegamos em Londres, saímos do portão de embarque e eu vi o Jack. Eu dei um abraço nele, meio de leve por causa da Bella.
  - Como você ta pequena?
  - Bem, na medida do possivel. - falei e ele pegou a Bella.
  - Oi princesa. - ele falou e ela riu.
  Fomos pro carro do Jack e eu me sentei no banco da frente.
    - Você sabe como meu pai esta? - ele respirou fundo como se a noticia não fosse boa - Jack, fala.
   - Seu pai teve outro infarto ou sei la e a situação dele não é nada boa. Realmente. Os medicos acham que as chances dele são minimas. - ele falou e eu quase chorei, mas as crianças não iriam entender o por que de eu estar chorando. Então fiquei quieta. - Fala alguma coisa pequena.
   - Não. Se eu falar mais alguma coisa eu choro. - eu falei segurando o choro. Fomos pra minha antiga casa.
   - Pequena, vai pro hospital, eu fico aqui com as crianças. - ele falou e eu dei um abraço nele - qualquer coisa, qualquer mesmo, me liga e eu vou correndo pro hospital.
    - Obrigada Jack, não sei o que seria de mim sem você aqui hoje. - eu falei e sai depois de dar um beijo nas crianças. Peguei um taxi e fui pro hospital. Aquela dor de cabeça enorme esta cada vez mais forte. Mas tudo o que eu quero é ver meu pai. Parece que algo dentro de mim diz que ele não vai viver muito tempo. Mesmo eu não querendo pensar isso eu penso por que eu acho que essa é a realidade. No meio do caminho eu comecei a chorar. Ai o taxista me deu uma caixinha de lenços. - Obrigada.
   - Você é a mulher do Jay né? Da banda. - ele perguntou e eu falei que sou - Por que a senhora esta chorando?
   - Meu pai esta no hospital e não esta muito bem. - eu falei limpando meu rosto com o lenço.
   - Desejo melhoras ao seu pai. - ele falou
   - Muto obrigada. - falei. Quando chegamos no hospital, eu sai, paguei o taxista e algumas fãs me reconheceram. Elas vieram começaram a tirar fotos e tal. Eu entrei e os seguranças do hospital não deixaram ela entrar. Eu fui até minha mae que esta chorando. - Mãe. Como ele esta? - perguntei dando um abraço nela.
   - Pessimo. Ele só chama pelo seu nome. Os medicos não dão muitas esperanças e eu com minha experiencia também não. - ela disse e eu chorei mais ainda. Um medico se aproximou
   - Ele ainda chama pela Tori, é você certo? - ele perguntou me olhando e eu disse que sim - Por favor, vá até o quarto. Ele quer muito te ver. - meu coração acelerou porque falar é facil, viver e presenciar é dificil. Eu entrei no quarto e ele esta respirando com muita dificuldade, o coração bate devagar. Eu me sentei numa poltrona que tem ao lado da cama dele. Ele me olhou com os olhos cansados e quase fechados. A expressao dele é de felicidade ao me ver - Oi pai - eu falei
  - Sabe querida, a ultima coisa que eu queria fazer antes de partir era te ver. - ele falou e eu chorando, ele respirou e juntou todas as suas forças e pegou minha mao. - Não chore, a ultima coisa que eu queria ver era você sorrindo. Filha, eu te amo. Amo meus netos e meu genro. Vocês dois me orgulham por esse amor sincero que sentem um pelo outro. Quero que seja muito feliz e ajude sua mãe com tudo. Eu sempre fui amigo e companheiro unico dela então me perder vai ser dificil. Quero que cuide dela por mim. E acima de tudo: quero que seja feliz e que dê tudo certo na sua faculdade e na sua vida querida. - ele respirou de novo, ele soltou um pouco minha mão e sorriu - eu te amo querida - ai o negocio que vê os batimentos cardíacos dele parou, começou a fazer um barulho e os medicos entraram e tentaram fazer algo pr tentar reanimá-lo. Eu comecei a gritar como se não quisesse acreditar que ele morreu. Ai me tiraram dali carregada e me levaram pra uma sala, onde minha mãe chora desesperada. Ela esta calma. Chora mas não esta desesperada como eu. Me perguntei por que. Ai veio a resposta. Eles deram calmante pra ela. E pra mim tambem. Ai eu fiquei calma. Mas ainda to chorando. E relembrando meu pai sorrindo. Eu fiquei quieta e as lagrimas caem sem eu nem mesmo perceber. Ai meu celular tocou. É o Jack.
   - oi Jack - falei e percebi que minha voz esta rouca
   - As crianças dormiram. Esta tudo bem? - ele perguntou. Gritaria mas o calmante esta me deixando mais calma.
   - ele morreu Jack - eu falei e ele ficou quieto ao telefone. - Queria ter passado mais tempo com ele antes de sua morte. Queria que meus filhos tivessem mais tempo para aproveitar o homem incrivel que meu pai era. - eu falei
   - Sinto muito Tori. Muito, muito mesmo. - ele disse - Eu estou indo pro hostpital. - ele falou e desligou. Eu fui ate a janela e olhei pra portaria do hospital. Tem muita gente la embaixo. Fotografos, entrevistadores e algumas fãs. Bem, muitas fãs. Olha que só eu estou aqui. Eu me sentei de volta e depois de uns dez minutos a Taylor me ligou.
  - Oi tay - falei
   - Onde você esta maluca? - ela perguntou
   - Estou em Londres.
   - Fazendo o que ai?
   - Tay, meu pai acabou de morrer. - eu falei e ela calou.
   - Ai tori. Eu não sabia. Sinto muito. - ela falou e a Lê chegou e procurou por alguem e me viu
   - Não tay. Agora tenho que desligar tchau. Obrigada - eu falei e desliguei. Ai eu dei um abraço na Lê e chorava. Ela passa a mão no meu cabelo
  - Fica calma - ela fala e eu so choro. Ai o Jack chegou e minha mãe acabou dormindo. O Jack foi um fofo. Ele cuidou de tudo. Tipo, velório e enterro. Ai o Jay me ligou. - Amiga, atende.
  - Não to afim. Atende pra mim por favor. - eu falei e ela atendeu
  - Oi Jay - ela falou - Não... Bird ela esta muito triste e não quer falar com ninguém. - ela disse e eu respirei fundo, ele vai insistir - Amiga, ele disse que não vai desligar enquanto você não o atender.
  - Oi bird - eu disse com minha voz de uma pessoa quase sem vida. Fraca e sem emoção. sem vontade.
  - Amor, o que esta acontecendo? Estou vendo em sites de fofoca você em aeroporto depois em uma hospital. Me explica.
  - Meu pai morreu Jay. Isso que aconteceu - eu disse e ele congelou sabe. Não disse nada, só ouvia a respiração dele do outro lado da linha, sem palavras.
  - Amor, sinto muito eu... não sei o que falar. - ele disse
  - Seria muito melhor sua presença aqui. - eu disse.
  - não faz isso amor, você sabe que eu não posso sair daqui. Eu quero mas não dá. Eu sinto muito por tudo isso. No momento queria te dar um mega abraço e te deixar chorar até não conseguir mais mas ... desculpa. - ele falou
  - Tudo bem Jay. - suspirei - Fica tranquilo. - ficamos quietos e o efeito do calmante esta acabando. Ai eu comecei a chorar como no inicio quase.
  - É tão triste te ouvir chorando amor. Me destrói. - ele falou
  - Tchau então - eu falei e desliguei. Ai vieram e me deram outro mais forte acho por que senti tudo parar, fiquei olhando fixadamente em um ponto na parede. Como se eu estivesse desacordada mas observei cada passo que se movimentava ao meu redor. Vi minha mãe acordar, chorar, a Leticia lhe dando apoio e força. Vi o Jack me olhando preocupado, recebendo e dando varias ligações. Vi o corpo do meu pai sendo levado para outro lugar e minha mãe se desesperar e os médicos a segurando. Ai percebi que ja estou aqui a muito tempo. O Sol lá fora já se põe, dando espaço para as estrelas e a lua. E eu aqui como se estivesse inativa, desacordada, poderia arrumar varios adjetivos. Então a Lê chegou perto de mim e me levou pro carro. Eu me sentei e fiquei olhando pras minhas pernas. Chegamos na minha casa e ela me ajudou a me trocar e depois fomos pro velório. Ficamos a noite, a madrugada, ali. Plantados em frente ao cachão sem acreditar no que estava acontecendo. Na manhã daquela segunda feira chuvosa, levaram o cachão fechado para o cemitério. O efeito do calmante ja tinha passado a muito tempo mas eu continuo como uma pessoa que vive no mundo da lua. Sem dizer nada ou falar algo. Escutava as pessoas comentando, outras fazendo perguntas. Vi os flashs das cameras com o  fomo em mim. O Jack indo lá e tirando todos dali a gritos e gestos. Quando  tudo acabou fomos pra minha casa. A tia Barbara, minha sogra, meus cunhados, amigos de hospital dos meus pais, Leticia com a familia dela, só. Eu me sentei e o Jack veio ate mim e se sentou ao meu lado.
  - Tori, fala alguma coisa. Você não fala, não come, não bebe, não faz nada desde a tarde de ontem. - ele falou e eu peguei a mão dele e encostei minha cabeça no ombro dele - Fale algo.
 - Eu estou triste. - eu falei e minha voz saiu rouca.
  - Sei que esta. Mas não pode ficar assim. Seu pai morreu mas sua mãe precisa de você, seus filhos ... não pode deixar essa sua quase depressão se aprofundar mais. Entendeu? - ele falou e eu olhei pra ele e sorri
  - Não sei o que seria de mim sem você aqui Jack. - eu falei e a Lê chegou perto
  - Até que enfim disse algo. - ela falou
  - É. A vida não pode parar. - eu falei

~Brownie

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