Chegando lá esperamos por uns quinze minutos e o avião pousou. Fomos para o salão de desembarque. Eu não o conhecia. Nem sequer sabia como era seu rosto ou sua altura.
— Ali. É ele. — Um menino moreno, da minha altura, com um piercing de argolinha no nariz. Estiloso, cabelo em um topete desajeitado. Olhos normais, castanhos. Com os dois fones enfiados na orelha e uma cara de mal humor deu um sorriso de canto quando viu a Yasmin. Ela deu uma olhada para mim e voltou o olhar para ele. Os dois se abraçaram. No rosto dele apareceram duas covinhas perfeitas nas bochechas. Dai ele a soltou e me olhou se perguntando quem sou eu.
— Henrique...
— Pode me chamar de Henri. — Ele a interrompeu.
— Henri... — A Yasmin corrigiu — essa é a Leticia. Ela vai ficar com você enquanto eu estiver fora. — Ela disse e ele sorriu de novo estendendo a mao para mim.
— Prazer Leticia. — Disse ele. Cadê a parte: ele é meio rebelde?
— Prazer... — Disse e olhei para Yasmin me perguntando quando ele vai começar a ser rebelde.
— E ai? Vamos? — Yasmin disse. — Primeiro para minha casa. Você precisa conhecer meu marido e seu sobrinho. — Ela disse fazendo cócegas nele.
— Impossível. Não sinto cócegas. — Agora que eu percebi que ele esta falando em inglês. Pensei que ele falava apenas português.
— Que pena. — Yasmin disse desanimada.
— Amo crianças. Como é o nome do seu filho?
— Andrew.
— Já gostei.
— Vai gostar ainda mais quando for para casa da Lê. Ela tem três filhos.. — Ele arregalou os olhos e eu dei risada.
— Wow. Quantos anos? — Ele perguntou enquanto caminhamos para o carro.
— 22.
— Meu Deus. Foi sem pausa. — Ele disse malicioso.
— Engraçadinho. — Disse entrando no carro no banco da frente. Fomos para a casa da Yasmin. O Nath esta com o Andrew na sala.
— Esse é o Nathan. Meu marido. E esse é o Andrew. Meu filho — Ela disse e o Henrique foi ate ele. Andrew gostou muito dele.
— Você é lindo em cara. Puxou o titio — Puxei a Yasmin num canto e fiquei olhando ela.
— Você não disse que ele era mal educado? — Perguntei baixinho
— Minha mae disse que ele estava desobedecendo ela. Quando ele queria sair e ela não deixava ele tinha uns ataques de mal educação. Falava que ia mesmo sem que ela quisesse. Entende? É nessas partes que ele era não educado mas diariamente não.
— Poderia ter me explicado melhor. Eu estava me preparando psicologicamente para um rebelde. — Eu falei e ela riu.
— A mamãe disse que eu sou rebelde? — Ele apareceu e a gente ficou quieta.
— É. Mais ou menos.
— A mamãe é maluca. Eu só dava meus ataques quando eu queria ir pra balada mas sempre fui muito carinhoso com ela. Muito agradecido. — O que começou com uma gargalhada terminou com um sorriso de agradecimento.
— Entendo. — Falamos juntas. Enfim, depois fomos para a minha casa. Ele entrou e ficou olhando para a mesma.
— É linda.
— Obrigada. — falei e as crianças apareceram eu as abracei de uma vez só e peguei o Gu no colo.
— Wow. — Ele repetiu e se aproximou
— Esse é o Gustavo. O mais novo. A Alice, a única menina. E o Giovane. O mais velho.
— E o mais bonito também — Ele falou e a gente deu risada.
— Percebi cara. Você é muito lindo. Me senti feio aqui. — O Henri falou quando se aproximou do Giovane. — O seu marido é o Justin Bieber não é? — Ele perguntou levantando de novo.
— É por que?
— Ele se parece muito com o Justin. — Henri disse olhando pro Gi.— Ela se parece um pouco com você. E o Gustavo... — Ele falou olhando pro Gu. Henri ficou quieto.
— Ele se parece com meu irmão e meu pai. — Expliquei.
— ah. Entendi.
— Bem, vem comigo. Vou te mostrar seu quarto.
— O.k — Subimos e eu mostrei um quarto de hospedes. — Valeu. — Ele disse jogando as coisas no chão. — Legal suas tatuagens — Ele falou tirando algumas coisas da mala.
— Obrigada. Mas não conte para ninguém. — Não sei como ele viu porque estou com um casaco que cobre as duas. Me assustei com meu celular tocando. Atendi sem ver quem era. — Alô?
— Oi amor. Tudo bem?
— Oi Jus. Tudo bem sim.
— Yasmin disse que o irmão dela está em casa.
— É. Esta. O nome dele é...
— Henrique. Eu sei. Ele é bonito?
— Justin... Ele tem quinze anos. E não... Bem... Ele é mas é uma criança.
— Me sinto melhor com isso. Como estão as crianças?
— Estão ótimas. E como vão as coisas por ai? No seu aniversario.
— Vão ótimas. Recebi muitos presentes. Vamos nos falar por skype e eu te mostro. — ele falou e eu fui pro meu quarto. Liguei o notebooks entrei no skype. Começamos uma chamada de video. Ele apareceu dando risada de alguma coisa. Ai ele olhou pra tela no notebook e eu estava lá com o Gu no colo. — E ai filho! — Ele falou e o Gu deu risada
— Oi pai. — Ele disse e eu dei um sorriso de canto.
— Você esta linda amor.
— Você também esta lindo Jus. Totalmente beijavel. — Disse e ouvi risadas vindo do outro lado. — Quem me ouviu?
— Todo mundo. Chris, Chaz, Ryan,Alfredo, Scooter... Cody Simpson e outros cantores.
— Legal. Nem tanto. Ainda bem que eu não estou ai. Se não estaria morrendo de vergonha. — Falei rindo.
— Então, olha os presentes. — Ele mostrou os presentes, entre eles tem cartões, cestas com algumas coisas que não dá para ver. Dai ele voltou a câmera para ele. Meu cabelo se soltou e eu levantei os braços para prende-lo. Obviamente mostrou meus pulsos mas nem pensei nisso. — Amor. O que é aquilo ali? — Ele perguntou olhando para os pulsos. Eu rapidamente abaixei eles e os cobri. O cabelo ficou solto e desajeitado mesmo.
— Nada.
— Amor tem coisas escritas ali. O que são?
— Nada Jus. Mesmo. — Queria guardar aquilo comigo ate ele vir ate mim. Era uma escolha minha. Não queria que ele ficasse sabendo por skype.
— Leticia. Me conta. Agora. — Ele falou bravo. Impaciente. Os meninos que estavam do lado do Jus soltaram um: Iiiihh! Eu levantei as manhas da blusa ate o fim do antebraço e mostrei os pulsos. Ele abriu um sorriso enorme.
— Fiz duas tatuagens.
— Ha quando tempo?
— Quase um mês. — ele ficou com uma cara estranha.
— E ia me contar quando anjo?
— Quando você viesse nos ver. — Falei convicta.
— Nossa anjo. Devia ter me falado. — Quando eu ia falar o Henri apareceu. Eu o olhei.
— Lê, tem alguma coisa para comer ?
— Tem Henri, vai lá na cozinha e fala com a empregada. Ela ai te preparar alguma coisa para comer. — Falei e ele assentiu
— Henrique? — Justin o chamou.
— Vem cá. — Eu o chamei. O Henri se sentou do meu lado.
— Wow. Justin Biebe sabe quem sou eu! — Ele falou e eu dei risada.
— prazer. Já que esta ai, na minha casa, com minha esposa, com meus filhos, não deixe ela entrar em confusao.
— Ahn? Eu? Ah ta. Claro. Eu. — Falei irônica.
— Pode deixar Justin. — Henri disse com uma voz grossa.
— Valeu. E você sabia dessas tatuagens?
— Fiquei sabendo hoje. São lindas né? Quando eu crescer vou fazer também. Com o nome dos meus pais. — Ele disse
— São lindas mesmo. Mas eu só soube agora. E faz quase um mês que ela fez.
— Você não tinha contado pra ele? Que feio Lê.
— Não me julguem. Isso era uma escolha minha. Queria que você soubesse pessoalmente. E não por internet. — Eu falei olhando para o notebook.
— Eu sei amor,mas mesmo assim. Queria saber disso antes. — ele disse e eu assenti com a cabeça.
— Vish sobrei. Até mais Justin. Prazer falar com você. — Henri falou e saiu do quarto. O Jus olhou pros amigos dele acho que ouvi barulho de porta batendo.
— Estamos praticamente sozinhos agora. Então Gu. Filho te amo. — Jus disse e eu dei risada.
— Ele é uma criança amor. E a gente ta longe um do outro. Não vai acontecer nada de mais. — Falei e ele olhou para as mãos dele.
— Sei disso. — Ficamos quietos. Acho que ele se sentiu meio mal por estar longe ou algo do tipo. — Eu te amo Leticia. — Ele ainda não olhou "para mim". — E eu sinto muito não estar ai com você. Sinto mesmo. Mas eu não tenho culpa. — Ele disse fitando as mãos ainda. .
— Olha aqui. — Falei e ele olhou para o notebook. — Eu te amo. Pronto. Fim da historia. Se você estiver feliz para mim esta ótimo.
— Esse é o problema Lê! Eu não estou feliz! Meus filhos, minha mulher estam longe de mim! Não estão comigo!— Ele falou meio alto.
— Relaxa. Assim que der sei que vai dar um jeito e vir para cá anjo. Não se estresse. — Falei e ele respirou fundo.
— O.k. Eu te amo Anjo. Tipo, muito. Mesmo. — Ele sorriu para mim
— Também te amo muito amor. — Falei sorrindo. .
— Mais tarde eu te ligo anjo. — Ele disse e desligou.
— Seu pai é maluco filho — Falei pro Gu e ele concordou. Levantei e fui ate o andar de baixo. O Henri esta na cozinha com dois sanduíches na sua frente e um na mão. — Fase de crescimento? — Disse entrando na cozinha.
— É. Ainda bem que entende. — Ele falou rindo. O gi chegou na cozinha e ficou me olhando.
— Que foi?
— Também to com fome. — Ele falou sorrindo irônico.
— Come ai cara. — O Henri disse se referindo aos sanduíches.
— Não. Na verdade queria cereal. — Ele disse fazendo biquinho.
— Já vou fazer. — Levantei e fiz para ele. Dai me senti meio tonta. Começou a girar tudo na minha cabeça. Eu me segurei na pia e quando percebi o Henri estava atrás de mim me segurando.
— Tudo bem Lê? — Ele perguntou e eu fiz sinal positivo com a cabeça.
— Acho que foi só uma queda de pressão. Mas já melhorei.
— Certeza?
— Sim. Obrigada. — Falei e ele se sentou novamente. Terminei de fazer o cereal e dei para o Gi. Ele se sentou do lado do Henri e eu me senti mal de novo. — Acho melhor eu comer alguma coisa. — Falei para mim mesma. Ia levantar mas choquei meu corpo contra a cadeira de novo.
— deixa comigo. Eu faço. — Henri disse levantando. Ele foi fazer uns sanduíches.
~Brownie (feliz aniversário bloooog *-* um aninho já *u*)